Concorrência para todo mundo ver
Escola de inglês aposta em método ousado para selecionar sua agência
Escola de inglês aposta em método ousado para selecionar sua agência
Felipe Turlao
10 de agosto de 2012 - 1h06
A concorrência pela verba de publicidade, costumeiramente, é um processo escondido a sete chaves pelos anunciantes. Mas a escola de inglês CNA decidiu bradar aos quatro cantos, e usou um anúncio em Meio&Mensagem (na edição 1520, com data de capa de 30 de julho) para comunicar ao mercado que estava procurando uma nova agência.
O anúncio em fundo vermelho trazia um “procura-se agência” e informava os pontos da marca que poderão ser explorados na comunicação. A CNA diz que tem mais de R$ 20 milhões de investimento em mídia (não fica claro se o valor é de um ano ou mais), além de patrocínio de sete campeonatos estaduais de futebol e o Campeonato Brasileiro da Série A. Outros adendos, em relação ao mercado: a CNA inaugura uma escola nova a cada três dias e o mercado de escolas de inglês atende a apenas 3% da capacidade que tem. “Quer crescer com a gente?”, conclui a peça, informando o e-mail para contato.
A verba era atendida, até então, pela Cheil, que avisou que participará da concorrência. Mas ela não está sozinha. Duas outras agências seguiram a onda de abertura e comunicaram, também em anúncios publicados no Meio&Mensagem da semana subsequente, que queriam participar.
A DPZ, com uma mensagem sucinta e o mesmo fundo vermelho: “Keep calm and call DPZ”, uma brincadeira em relação a um meme conhecido da internet que alia o “keep calm” (mantenha a calma) a algum outro comentário. “A agência mais fluente em resultados para seus clientes quer atender a sua conta”, completa o anúncio, que traz o contato do diretor geral Flavio Conti.
Outro anúncio foi da Fábrica, também com o vermelho. Divertida, a peça trazia um inglês macarrônico, inspirado em Joel Santana, com frases como “+ de sixteen years old of experiência on the table” e “We do not inaugurated nada over the past sixteen year, we sill above Ofner, in Itaim, but we grow 3000%”. Ao final, a mensagem, também com erro craso (obviamente intencional) “But our english my friend, are plus or less!”.
Apesar de não colocar o nome do anunciante, a referência à escola de inglês é clara.
Quem reagiu também foi o Sindicato das Agências de Propaganda de São Paulo, que elogiou o “processo democrático e aberto de contratação de agência de publicidade”, em carta enviada ao anunciante e divulgada à imprensa. Outra iniciativa foi o envio do Guia de Melhores Práticas da Fenapro e da ABA, e a sugestão para que a empresa considere o aspecto técnico, e não apenas o preço, para escolher a agência. Se isso vai ocorrer, possivelmente todos saberão. Pelo menos, se a CNA mantiver a política de abertura em relação ao processo.
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